terça-feira, 1 de novembro de 2011

O que não se explica

"Seu humor é contagiante..."
E assim começou a história...

Um riso...
Outro mais...
Fez-se a cena...
A chuva cismava em obstacular o fato...
Mas havia a teimosia como trama psicológico
de um narrador-personagem...

Uma vontade na surdina...
Um por que não em uma inconsciente (ou talvez perceptível?) curiosidade...
Um fim de semana sob nuvens como enredo...

Da ficção virou fato possível... conto real...
Não se definiam protagonistas...
Era uma história de coadjuvantes...
O cenário - perfeito - era pura poesia
E outros romances mais...

O encontro deu-se assim em um acaso planejado
em alguma mente poeta (brincando de fazer rima com possibilidades)...
revestido de metáforas e a figurada ideia do que um fazia do outro...

Depois as palavras derramaram-se das páginas em muito olhares
e risos
e risos
e ainda risos...
Cumpriu-se a intencionalidade inicial...
Um texto sem conflitos...
Sem direito a momentos de tensão...
Frágil no começo...
Intenso a cada novo parágrafo...

Agora escreve-se a história...
Na calma do que há de vir...
Ainda sem final feliz...
Mas cheia de promessas...
pouco sono...
muito riso...
música...
encantamentos...
E momentos inexplicavelmente felizes...

domingo, 16 de outubro de 2011

Em uma noite qualquer...

Tenho depositado minha vida em tudo que não me pertence...
Pessoas que não conheço...
Momentos que nunca chegam...
Felicidades efêmeras...

Assusto-me ao não me reconhecer...
Deixo-me ser enganada...
Confio em sentimentos vazios do possível...

Vejo-me em janelas fechadas...

Não vislumbro futuro...
Presa a um passado em que me encontro e me desencontro...

A vida tem sido escorregadia...esvaindo-se tão rapidamente...

Já não espero muito...
Talvez menos ainda...

Faço-me dos restos que ainda recolho no caminho já trilhado...

É... a vida não tem sido fácil...
Mas quem disse que seria?

domingo, 2 de outubro de 2011

Subjuntivo

E se fosse domingo de manhã?
E se ele fosse azul?
E se alguém lhe dissesse que ele podia ficar ainda melhor?

E se você risse gostoso só por pensar nisso?

E se o depois fosse vontades de agora?
E se as coisas fizessem sentido do nada?
E se o acaso brincasse de novo na sua vida?

E se você risse só por rir?

E se tudo lhe lembrasse música?
E se o dia se tornasse melodia?
E se você achasse que podia até ser?
E se você pensasse que é bom simplesmente sentir isso?

E se você risse de novo sozinha só pensando?

Então você seria sim feliz assim por ser...

E se tudo isso fosse verdade?....

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nunca mais é para sempre...


Nunca tinha tido noção exata da força dessa expressão... cruel... carrasca...

E de repente, assim, de um momento previamente improvável, encontro-me em um nunca mais...

Nunca... o que é um nunca? É o infinito do tempo, como se o passado se tornasse pó e você o cancelasse da sua história... E nuncas se confundem com sempres... o desejo eterno da ausência...

Mas e o mais? Mais tempo... Mais sonhos... Mais tudo... Mais de... Por que não mais? Por que nunca, se quero somente mais?

Neste agosto, mês sem fim, encontro-me perdida... sem depois... sem antes...

Nunca no tempo eterno...
Mais no sabor ausente...
Mas soa-me na alma... Nunca mais!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Conexão

Fios... de uma conexão...

De um lugar irreal...
Irreal não de impossível... ou de inexistente...
Mas de intocável... de idealizações arcadistas... vividas em um mundo tecnológico...

E um simples oi rompeu o silêncio prometido...

Deu-se o encontro!!!

Mundos que não se sabiam... que coexistiam em espaços simultâneos...
Cada um preso à sua existência ritmada pelos desejos mas nunca pelo que há de vir...
Emocionalmente racionais...

Era uma tarde... talvez noite ou manhã...
O tempo era pano de fundo... pouco se davam conta de que ele rondava seus olhares...
Restavam uma tela... sorrisos enigmáticos... imagens magnéticas... palavras... palavras e palavras...
O vazio infinito os preenchia criando a possibilidade do real...

Há muito não permitia o possível em minha vida...
Fechada que me encontrava em um mundo sem muito crédito...

E foi assim que de novo brinquei de sentir...
Experimentar poetizar mais uma vez...
E venho sem passado... acreditando... inesperadamente... que tudo pode ter início...
através de fios... de uma conexão...