sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Às “Meninas”, com carinho

As meninas do século XXI são diferentes e tão iguais...
Convivo com elas ali de perto.. nos corredores ... nas salas de aula... vejo-as com as mesmas ideias que tínhamos...mas são mais arriscadas... menos envergonhadas... mais donas de si...
Têm consciência da força que possuem ... coisa da qual não tínhamos noção...
Decidem sobre o futuro... e o que fazer à noite... o que vestir e onde dormirão...
Sorriem por tudo.. por nada... sonham conscientes do seus limites... discretamente e nem tanto...
São Gabrielas... Camilas... Isabelas... Brunas... Tâmaras... Carolinas... Amandas... Lorenas... Luízas... tantas e tantas...
Pintam as unhas coloridas.... os olhos e a boca...
Assistem a filmes de romance.. não choram por atores de folhetim...
“Ficam” sem culpa... e não acordam com a certeza de que vão se casar com o primeiro namorado... mas namoram... curtem... vivem... e se apaixonam...assim como fazíamos... diariamente....
Falam... em uma linguagem própria...doce...sedutora... e também pelo celular... que as fazem, assim como fomos, mulheres que esperam e esperam... por algo que ainda não sabem...
Nada é capaz de fazê-las mudar de ideia... a não ser uma ideia melhor que pode vir logo no dia seguinte...
Amam ídolos de papel de revista... mas sabem concretamente aquilo que mal sonhávamos viver...
São maduras imaturas... amáveis... rebeldes... no limite de um mundo que exige delas serem mulheres aos 15 anos...
Mas ainda guardam as bonecas ...escondidas...em algum cantinho da alma... pra brincar em um dia de chuva...
Sonham com passarelas...fotos... books...
Vivem em academias... e dividem entre si o mesmo esmalte...
Lindas... com essa beleza simples do acordar de manhã e parecer que nem dormiram...
Têm cabelos impecáveis... longos ... tantas loiras... todas... quase...
Mas morenas guardam um mistério indizível...
Vestem seus uniformes como roupas de galas e ficam perfeitas como se fossem assim... sempre...
Nessas meninas, miro-me... vejo-me... assim tão distante e tão perto...
Um dia menina que fui também...

Uma manhã qualquer

Então é uma manhã feliz...
Daquelas que você idealiza que durem por, pelo menos, 12 ou 15 horas...
Olha pela janela do ônibus e, entre as milhares de turbulências da sua vida, você enxerga só o azul... e que azul...do céu de BH...
Os problemas ...distantes... tornam-se momentaneamente pequenos...ridículos - existirão mesmo? - Ínfimos demais diante da grandeza de uma manhã assim...
E o mais gostoso do seu sorriso.. às vezes mal visto por quem não o sabe... é que você tem total noção do porquê está feliz.... (felicidade sem motivo é insanidade...)....
E você entende as pessoas que compartilham com você aquele dia...
E sorri para elas...
Para que elas sintam a sua manhã radiantemente feliz...
(deveria ser proibido ser infeliz quando alguém está feliz)
Um som assim... de um celular talvez... parece música para você...
A manhã completa-se...
Mas...
As horas passam... incansavelmente... e já não é manhã...
A ansiedade de cada coisa...das fáceis e difíceis... informam a você que a manhã terminou...
Escapa por entre seus dedos... por assim ser...
E agora...você volta a viver...
A vida que passa... sem lhe perceber e lhe impõe a necessidade de perder esse sorriso... sem sentido... (agora já o é)...que invadiu seu rosto ...
O fim da tarde anuncia o momento exato de voltar à então vida sem graça...
Ser feliz é só para aqueles que acreditam... você ainda tem que aprender...
A sua vida só lhe permite assim: pequenos momentos de alegria (descobre depois que felicidade é algo maior) que ficam turvos na penumbra da noite que chega...
Eu só queria entender porque todas as manhãs felizes têm que terminar em noites de tristeza profunda...