quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Simples

Se alguém me dissesse que teria que escolher entre sentir saudades ou ser livre: escolheria a saudade.

Saudade é a certeza de algo bom que existiu ou ainda existe em algum espaço do planeta e que fez parte da gente de alguma forma... é realmente uma falta de liberdade assim meio desejada... e, ao mesmo tempo, não escolhida... porque a saudade faz parte do "de repente"... é sentir-se acorrentado, por opção... por uma dor sem cura... prazer estranho de saber-se sob o poder de alguém e querer estar mesmo entregue...saber que o distante foi um dia possível... ter a certeza da concretude dos sonhos...das cicatrizes da alma... de que tudo valeu o instante... sendo dor ou alegria... é saciar-se com um aceno e com a possibilidade do de novo...

Acordar a saudade é deixar que as lembranças assim, meio reprimidas, ocupem o lugar do qual nunca deveriam sair e encham a alma...

Manter a saudade é o ato mais sensível dos sensatos capazes de reverenciar os momentos felizes da vida...

Saudade é estar no meio do mundo e fechar os olhos por quem ali não está... é estar em uma praia e saber de alguém que sorri por você... em algum lugar...

E de repente sentir-se feliz por ser falta...

Ser livre é escolha pequena perto do sentir-se preso a alguém pela saudade
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